Empresas investem milhões de dólares anualmente na produção e comercialização de softwares para computador em todos os países do mundo. Porém, nos últimos 15 anos ficou evidente que não é suficiente apenas vender um produto em um idioma que não o nativo do mercado onde ele está sendo inserido. Devido a imposições de mercado percebeu-se que era necessário um investimento ainda maior na adaptação e tradução do produto para os consumidores-alvo.

No Brasil, das empresas que desenvolvem software, poucas investem em outros idiomas. Apenas 2% da produção de software brasileiro é voltado para o mercado de exportação. Temos a tendência a nos acomodar com o tamanho do mercado brasileiro e não ver a necessidade em internacionalizar. No entanto a crise econômica atual tem ampliado o interesse do empresário brasileiro em levar suas soluções para o mercado externo.

Fonte: Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências / edição 2015. Dados de 2014.

O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial de consumo de software e serviços (dados de 2014 pela Associação Brasileira de Empresas de Software em seu relatório anual sobre o mercado brasileiro de software), com um mercado interno de US$ 25,2 bilhões. Numa comparação mundial, entretanto, o Brasil representa apenas 2,9% do mercado mundial de softwares e 2,4% no mercado de serviços. Os 5 maiores mercados mundiais são: Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Alemanha e França.

Fonte: Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências / edição 2015. Dados de 2014.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços através da Agencia Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) promove projetos de incentivo à exportação, como o Projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEX) que tem o objetivo de estimular a competitividade e promover a cultura exportadora nas empresas brasileiras, qualificando e ampliando os mercados para as indústrias iniciantes em Comércio Exterior.

A internacionalização envolve um processo de reestruturação, de profissionalização da gestão e de planejamento estratégico, que demanda um tempo para acontecer, mas é algo alcançável. O mercado brasileiro é grande, mas existem muitas oportunidades em outros países que podem ser aproveitadas

Como dar os primeiros passos?

Internacionalizar um software parece um processo complexo, de fato, conhecer as especificidades de mercados aos quais você não pertence ou domina parece algo assustador, como dirigir por uma estrada escura. O primeiro passo é fazer uma pesquisa, escolher os mercados-alvos e começar a adaptar o produto.

Tecnicamente falando, a internacionalização responde pelo planejamento e análise do produto de forma a abranger todos os conceitos relevantes e a posterior localização do produto, processo que visa a correta adaptação linguística para o mercado-alvo.

Assim, surgiram duas áreas de estudo que são responsáveis pelas duas etapas envolvidas no processo de adaptação: Internacionalização (tradução) e localização.

Internacionalização

Entende-se por internacionalização (também conhecida pela sigla L18n) o processo de desenvolvimento de um produto de forma a funcionar com dados em diversos idiomas e que possa ser adaptado a diversos mercados sem alterações de engenharia. O objetivo da internacionalização é apresentar ao usuário um aplicativo visual e funcionalmente idêntico nos diversos idiomas para os quais ele tenha sido localizado.

Localização

A localização (também conhecida pela sigla L10n) é o processo, subseqüente à internacionalização, de tradução e adaptação de um determinado produto, levando-se em consideração o conjunto de convenções culturais de um determinado mercado. Um código-fonte internacionalizado é um requisito básico para aplicativos que serão lançados fora do mercado de origem. Porém, os gastos envolvidos e o esforço a ser empregado na localização podem variar, dependendo do mercado a ser atingido e o tipo de aplicação.

Para ilustrar a diferença entre internacionalização e localização podemos citar o seguinte exemplo: Um projeto original em Português que precisar ser adaptado para o mercado Latino. O primeiro passo é traduzir para Espanhol e depois adaptar a cada um dos países da América Latina (México, Colômbia, Venezuela…). A internacionalização seria simplesmente traduzir para Espanhol e a localização adaptar essa tradução para cada um dos países, que apesar de ter como idioma o Espanhol, possuem especificidades quanto a datas, moeda, etc.

Informações sobre algumas localidades

Uma das grandes dificuldades das equipes do desenvolvimento é a necessidade que alguém compreenda línguas estrangeiras e culturas e tenha algum conhecimento técnico, tal pessoa pode ser difícil de encontrar.

Outra dificuldade é a duplicação de esforços para a manutenção e atualização rotineira das mensagens do sistema em paralelo ao desenvolvimento do software e da inclusão de novas características, consequentemente, criação de novas mensagens a serem traduzidas. Por exemplo, se uma mensagem indicada ao usuário em uma de diversas línguas for modificada, todas as versões traduzidas devem ser mudadas. Há bibliotecas de software que ajudam a minimizar este problema, como o gettext.

Já existem também algumas plataformas como a Transifex que é um sistema web para tradução, também conhecido GMS (Globalization Management System). Sistema indicado para projetos técnicos com conteúdo atualizado com freqüência, tais como software, documentação e websites. Ele incentiva a automação de fluxo de trabalho a localização através da integração com as ferramentas usadas pelos desenvolvedores.

O Transifex é oferecido como um  SaaS e possui planos comerciais, bem como um plano grátis software de código aberto. Transifex em si foi originalmente um projeto open source até 2013.

Internacionalização com o Scriptcase

Scriptcase, que é um ambiente para desenvolvimento de aplicações e sistemas web, iniciou seu processo de internacionalização em 2011, hoje o software é vendido em mais de 150 países e sua interface está traduzida para 10 idiomas (Português, Inglês, Espanhol, Frances, Alemão, Italiano, Japonês, Chinês Tradicional e Simplificado).

Incialmente a tradução do Scriptcase foi feita por tradutores freelancers, esses tradutores podem ser encontrados em diversas comunidades online como por exemplo o Freelancer.com ou Upwork.com. Hoje, mantemos um grupo de clientes nativos de cada idioma que contribuem voluntariamente para a tradução e melhoria das versões.

As aplicações criadas com o Scriptcase podem ser internacionalizadas para mais de 70 localizações diferentes. O Scriptcase possui seu próprio sistema de tradução que também está disponível para os usuários, uma ferramenta chamada “Dicionário de Dados”.

Usando dados de usuários do Scriptcase o dicionário pode criar um repositório de dados para uso em aplicações geradas. Os dados associados a campos de tabela de banco de dados são armazenados para serem utilizados em diferentes aplicações. É muito útil para criar um ambiente de normalização dos dados. Ele também melhora o desenvolvimento, acelerando a atualização de dados e minimizando erros (atualiza os dados somente uma vez em um único lugar – o repositório – e tê-lo usado em todas as aplicações).

O dicionário de dados do Scriptcase guarda todos os labels e mensagens e transforma-os em variáveis. Criando uma tabela de associação e possibilitando uma rápida adaptação de sistemas criados dentro do Scriptcase para diversos idiomas.

Criação do dicionário de dados dentro do projeto.

Dentro do Scriptcase, com o projeto já criado (clique aqui para ver a criação de um projeto), vamos escolher os idiomas e criar um dicionário de dados.

Passo-a-passo de criação do projeto – escolha da localização.

Passo 1: Criar dicionário de dados

Criando um dicionário de dados no Scriptcase

Passo 2: Selecionar as tabelas que farão parte do dicionário de dados e clicar em “Prosseguir”.

Selecionando tabelas que farão parte do dicionário de dados

Passo 3: Finalizar e sincronizar com índices existentes

Adicionando tabelas ao dicionário

Passo 4: Revisar tabelas e sincronizar com aplicações e dicionários (caso já exista).

Agora o dicionário de dados já está criado. A tradução dos labels deve ser feita dentro do menu “Localidades” > “Idiomas das aplicações”.

Tabelas do sistema

Todas as tabelas incluídas no dicionário de dados estarão disponíveis para tradução, será necessário acessar tabela por tabela para traduzir todos os campos para os idiomas do projeto. No caso desse exemplo os idiomas são Português e Inglês.

Tradução dos labels da tabela de cliente

Tradução dos labels da tabela de cliente de Inglês para Português

O Scriptcase gerencia automaticamente toda a tradução das aplicações, uma vez traduzido os labels e mensagens do projeto, basta utilizar, ao invés dos nomes, as variáveis de linguagem geradas pelo dicionário de dados. Não será necessário fazer a localização, pois essa já será feita pelo Scriptcase de acordo com os idiomas escolhidos durante o passo-a-passo da criação do projeto.

Aplicação de formulário utilizando variáveis de linguagem do dicionário de dados.

Exemplo de um sistema internacionalizado com o Scriptcase:
http://www.scriptcase.com.br/sistemas/v8/recruitments_tracker/login

Vídeo com tutorial mostrando como criar o dicionário de dados dentro do Scriptcase:
https://youtu.be/gUuQTJ_FUS0?list=PLJLCgEdxZh6C697Mh7dZP2i5Xf4Axu-nN

Resumindo e concluindo

Internacionalizar um sistema parece ser uma tarefa complexa e inalcançável, no entanto, com a internet temos muitas ferramentas e recursos disponíveis para auxiliar na execução dessa tarefa. É importante planejar bem quais os mercados que se deseja atuar e iniciar os trabalhos, um passo após o outro com muito foco e dedicação, o sonho de ter o seu produto/serviço disponível globalmente pode ser sim realizado. Fique atento ao nosso blog que iremos continuar postando dicas sobre marketing digital, vendas e empreendedorismo digital.


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17 de outubro de 2017

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