Governança digital hoje em dia é um dos temas mais importantes do setor público. Falar sobre as mudanças necessárias paltadas nas Recomendações sobre Estratégias de Governo Digital da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico tem se tornado um assunto presente nos debates relativos a evolução digital.

O esforço dos governos membros tem se voltado para a transformação do então governo eletrônico para o governo digital (e-government), e essa mudança é baseada em 6 dimensões de políticas publicas bem definidas pela OCDE como essencias para todos aqueles que desejem se enquadrar na governança digital.

Bem, antes de dizer quais são as 6 dimensões do governo digital propriamente, acho válido ressaltar o que não é governança digital:

  • Governança digital é diferente do que é entendido como governo eletrônico e também se difere de governo digital;
  • Governança digital não se limita necessariamente a uma espécie de governança da TI;
  • Governança digital não é de maneira nenhuma um tipo de estratégia para negócios, sejam de caráter digital ou eletrônico;
  • Governança digital não se limita puramente a fornecer acesso a tecologia e internet aos cidadãos de maneira geral, apesar de indiretamente, isso fazer parte dos ciclos de ações;

Dúvidas esclarecidas, podemos agora analisar quais são as dimensões da governança digital recomendados pela OCDE.

6 Dimensões do governo digital:

1- De uma administração centrada no usuário para a administração conduzida pelo usuário:

Aquele governo que desenvolve medidas que possibilitem aos cidadãos e empresas definirem suas necessidades específicas visando contribuir na elaboração de políticas públicas efetivas.

2- De reativo a proativo na elaboração de políticas públicas e prestação de serviços:

Um governo que consegue antecipar políticas públicas e serviços diante do desenvolvimento econômico e social, esse posicionamento se aplica na esfera dos dados também, sendo assim, a liberação de dados deve ser proativo ao invés de reativo as solicitações dos usuários.

3- De um governo centrado na informação para um setor público orientado por dados:

Capacidade de um governo de antecipar as tendências sociais a ponto de conseguir entender as necessidades, realizar ações, estabelecer transformações, fortalecendo e monitorando a gestão através do uso de dados.

4- Da digitalização de processos existentes ao processo de concepção digital (digital by design):

Seria aquele governo que consegue perceber todo o potencial das tecnologias digitais e dos dados, reconhecendo a importância da sua utilização desde a concepção inicial das ações, monitoramento até conclusão. Tendo como objetivo principal promover inovação dos processos, aumentar a eficiencia e melhorar a interação das ações públicas com as necessidades dos usuários.

5- De um governo provedor de serviços para um governo como plataforma para a cocriação de valor público:

O governo se coloca na posição de promotor de colaboração entre todas as partes interessantes envolvidas nos processos.

6- Do acesso à informação para abertura como padrão (open by default):

Por fim o governo deve se comprometer em divulgar os dados de maneira transparente e limpa, tornado as informações ancessíveis a todos os interessados, com exceção a situações específicas onde a restrição seja legalmente válida.

Sendo assim podemos entender de forma bem clara que governo digital é bem diferente de governança digital, apesar de terem objetivos convergentes. Governo digital busca propriamente fornecer serviços a população  de forma mais moderna, eficiente e inovadora através da utilização da informação; já na governança digital esse objetivo é muito mais amplo: se comprometer com a transparência e livre participação da população nos processos de tomada de decisões do Estado, objetivando aproximar os resultados das reais necessidades da sociedade.

Podemos concluir então que as recomendações da OECD para a implementação de uma governança digital concreta se baseiam em:

  • garantir a transparência das informações e etapas dos processos governamentais e operacionais;
  • estimular a participação de todas as partes interessadas, sejam públicas, privadas ou da sociedade civil, no processo de construção das políticas públicas asssim como na implementação dos serviços;
  • promover a consolidação de uma cultura orientada a dados dentro da esfera pública;
  • aumentar a segurança dos dados e diminuir os riscos para incrementar a confiança nos serviços governamentais.

Por ,

22 de outubro de 2019

Compartilhar esta postagem

a

Você pode gostar também…

12 Tendências de TI pra ficar de olho em 2023

O ano de 2023 já começou a todo vapor trazendo novidades e projetando tendências para a área de...

9 Tendências de Desenvolvimento Web e TI para 2022

Confira neste artigo 9 importantes tendências de desenvolvimento web e TI que você deve ficar de ...

7 Motivos para você modernizar as aplicações da sua empresa

Abaixo vamos refletir um pouco sobre algumas razões que devem ser pensadas diante da necessidade d...

Você pode gostar também…

Receba novas postagens, recursos, ofertas e muito mais a semanalmente.

Nós utilizaremos seu email para te adicionar a nossa Newsletter semanal. Você pode sair desta lista a qualquer momento clicando no link no final dos emails recebidos, ou entrar em contato conosco em vendas@scriptcase.com.br. Conheça nossa Política de Privacidade.